segunda-feira, 19 de abril de 2010

Vivemos julgando as pessoas


Vivemos julgando as pessoas


Como expectadores da vida alheia, julgamos diariamente os gestos e atitudes do nosso próximo.

Quem diz que nunca julga, não é honesto consigo mesmo. Quando fazemos um comentário, qualquer que seja, estamos julgando.

Cada vez que exprimimos uma opinião pessoal sobre alguma coisa, fato ou alguém, estabelecemos um julgamento, justo ou injusto.

E quando somos nós o centro da platéia, pedimos clemência, tolerância, imploramos interiormente para que se coloquem no nosso lugar e tentem entender nossas ações ou reações.

Colocar-se no lugar do outro para entendê-lo, seria entrar no seu coração e alma, sentir suas emoções, vestir sua pele. Impossível...

Cada um de nós é único e mesmo aquelas pessoas que mais amamos não nos transferem suas dores tais e quais. Sentimos sim, quando sofrem, mas por nós, porque nossa própria alma se entristece.


Deveríamos, todos, possuir um espelho da alma, para que pudéssemos nos olhar interiormente antes de julgarmos outras pessoas. Sentiríamos, provavelmente, vergonha dos nossos pensamentos. Por que nosso próximo é tão exposto às imperfeições, falhas, pecados, más ou boas decisões, quanto nós.

Se houvesse uma câmera capaz de revelar aos outros nossos pensamentos diários, iríamos estar sempre fugindo dela... Por quê?

Porque ante a possibilidade de que seja revelado nosso eu, seríamos muito mais honestos conosco. Isso nos tornaria, talvez, mais tolerantes e mais humildes.


Quando alguém sofre porque está atravessando por um caminho pedregoso, dói nessa pessoa não somente a passagem por esse caminho, mas também o olhar dos outros, que condenam sem piedade, as línguas ferem mais profundamente que facas e punhais.


As pessoas se esquecem facilmente que tiveram um passado que, mesmo se correto, nunca foi um lago de água transparente, porque puras, só as criancinhas...

E ninguém pode dizer o que virá amanhã, se houver amanhã.


Ninguém está ao abrigo das chuvas repentinas da vida, das torrentes que podem levar tudo, dos males que podem atingir o corpo e, às vezes, a mente.

Apenas um minuto e tudo pode se transformar.

Então... Melhor exercer a tolerância, a bondade, a compaixão, antes de julgarmos se outros estão certos ou errados, se têm ou não razão.


E quando a tentação for grande de olhar o que se passa com outros, bom mesmo é se lembrar do espelho que deveria retratar nossa imagem interior que pediria, certamente, compreensão.


E como não sabemos o que o amanhã nos reserva, vivamos o dia de hoje com sabedoria, coração amoroso para com o próximo e olhar voltado para o alto.



Texto de Letícia Thompson

7 comentários:

  1. Lindo texto amiga Nakamura. O julgamento que fazemos de outras pessoas deve repensando sempre, ou melhor, é melhor não julgarmos, se não quisermos sermos julgados. Gostei muito da foto. Abraços. Roniel.

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  2. tinha que ser da Leticia, ja tinha lido. É assim que ela tem a visao de como seriam as pessoas.
    ela é sensacional como pessoa tambem.
    abçs

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  3. Muita verdade, amiga! Adorei esse post! Realmente devemos, antes de julgar os outros, olhar bem dentro de nossa alma, e percebermos que somos humanos...apenas isso...
    Beijos, fica com Deus!

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  4. Muito bom o texto, verdadeiro e objetivo quanto aos julgamentos, deixo dois pensamentos;
    "Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas."
    Voltaire

    "A maneira mais segura de se ser enganado é julgar-se mais esperto do que os outros."
    François La Rochefoucauld

    Abraços forte

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  5. Oi Rose,

    É verdade, mas creio que faz parte da natureza humana colocar seus pontos de vista, seus comentários, opiniões, julgando, mesmo que não seja essa a intenção. Podemos amenizar tal comportamento mas acredito que seja impossível evitá-lo totalmente.

    Só acho ruim a tolerância em demasia. Se a gente for tolerante demais muita coisa ruim vai se instalar onde estivermos.

    bjs

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  6. Olá Rose!
    Já estou com internet,finalmente, depois da mudança de cidade. Estava com saudades de vir aqui.
    Quanto ao texto, sou uma pessoa que começou ao contrário, isto é, fui geralmente sempre tolerante e sensível, e procurava sim, me colocar no lugar do outro, dentro das limitações de como é possível. Procurava não julgar, porque achava que ninguém sabe realmente o que move as pessoas. Contudo, ao ficar mais velha, me vejo dando minhas opiniões contra aquilo que "eu" acho que fere a maior parte dos seres humanos, e talvez, isto aconteça porque partilho hoje, em parte com o pensamento da Leila. É melhor nos posicionarmos, embora geralmente eu seja contra isto, quando a gente acha que isto poderá evitar que o "não julgamento" seja confundido com a tolerância.
    Percebi que, muitas vezes, quando a gente não se posiciona, as pessoas tendem a pensar que "estamos gostando de suas atitudes", interpretam nossa omissão de julgamento, como se fosse uma concordância ou "autorização", e isto é perigoso.
    Acho que a maturidade me deixou mais prática e menos "santa"( e não quero dizer que eu esteja correta.Preferia poder ter continuado mais gentil e até ingênua,mas não é muito seguro!)
    Beijo,Vera.

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  7. Amiga,
    É como o velho dito popular: " macaco olha o rabo alheio e esconde o seu".
    Ótimo post
    Abraços e luz

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